Com um "Arabasque" tomou, por três textos, as palavras mais complexas que provavelmente usaria para dizer o indizível, o que não tem fim. Na leveza de seus movimentos não preciso montar nenhuma interpretação, tudo fica as claras com nossos olhares, é tão óbvio. Algumas vezes queria beijar aqueles pés que sustentava todo meu encanto, outras vezes eu queria apenas que soubesse que estava ali, te observando calada, gravando cada passo e suas posições a uma sinfonia que não pertencia a nossa dança. Alguns passos novos me fizeram querer mudar de ritmo, mas sua boca me pedia pra ficar, e logo minhas lágrimas se iam. Eu não sei dançar, mas humildemente peço-te que só eu aprecie tamanha beleza do balanço de seus dedos, e confesso-te que as poucas vezes que intrusos interferiram ao dançar com você, minha presença foi foi silenciada pelo grito de dor. Minha garganta está meio cansada desses gritos, e meu coração só pede para que ele seja seu único parceiro de dança.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Inefável
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