sexta-feira, 27 de julho de 2012

10 segundos de amor

Todo poeta fala de amor, ainda que baixinho, ainda que implícito em terminações silenciosas de respiração. Algumas vezes o disfarça de dor, outras apenas de desejo, e algumas de loucura. Eu não falo de um objetivo que quero alcançar, eu vivo o amor concreto, aquele que exige meus próprios dedos, rítmicas contrações, aquele que segura a energia do meu corpo: arrepio. Foge de minha compreensão tanta poesia tirada de uma prática não tão agradável de ser vista, algumas vezes parece um nó. Sem o mínimo pudor os batimentos cardíacos aceleram, e tudo que se quer sentir é esse tom aveludado da pele. A pressão sanguínea e o ritmo da respiração chegam ao ponto máximo, e é desse momento que sai as mais belas palavras e sentimentos, e por que não uma definição de amor? A perda do controle muscular voluntário, faz com que a caneta escreva sobre curvas, sobre o caos das veias bombeando por alguns segundos toda a pressão indizível do quão bom é amar, todas as carícias, e olhares nos quais conta-se uma prece. Chamam até de romantismo, eu chamo de satisfação. É matematicamente o momento mais forte, um calculo no qual os dois corpos exalam o que sentem e morre por instantes por algo que vicia. Vestir-se do outro é a mais pura sensação do que os autores aprenderam a chamar de "desvaneio da alma" . Esse amor traz o sorriso mais prazeroso, e junto com ao perfeito encaixe, a certeza  que são seres complementares. Todo poeta fala de sexo, ainda que baixinho, ainda que implícito em terminações silenciosas de respiração, e algumas vezes o disfarçam de amor.

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