Eu andei pensando e é lindo, é
lindo e triste. Lindo é ver essa gente
toda lutando por seu espaço, pra dizer que também é gente, que sente, que dói.
É gado, mas existe, quer, desiste, insiste, muda, pensa, sonha, corre, e para.
Gente com tanta coisa, gente como a gente, que quer seu sonho lá em cima, que
quer respeito, e só andar com sua própria roupa pelas ruas, ou só nuas. Eu vejo
vertentes, uns lutam por mim, por você, por direitos, por paz, ou pelo verde,
não importa, é raça e dedicação, é um mundo bom pra todos, pra tantos. Mas é
triste, é muito triste. Todo ser, todo jeito, deveria naturalmente ser
respeitado, deveria ser instinto: res-pei-to. É aqui que o texto deixa seu tom
poetico e se torna apenas mais uma carta triste de protesto, de desabafo. Eu
grito, muita gente grita, nas ruas, em casa, ou apenas dentro de si mesmo. Todo
mundo quer viver bem, e porque ninguém vive bem? Todo mundo quer paz, mas
estranhamente, há tantas armas nas ruas. Roubam, matam, ameaçam. Não eu não
entendo tamanha opressão, inversão, é só insanidade e gana. Tentam nos
padronizar limitando nossa beleza, nosso
eu. Somos especialmente diferentes de cada um, como uma digital, somo únicos,
só há um de mim, e um de você, do outro, e do outro... então, não fira um
exemplar único, não haverá outro igual. Não nos vistam roupas iguais, com
linguagens iguais, não empurre goela à baixo: tem que ser, pra ser, desse
jeito, pra isso, ou para aquilo. Eu penso, eu quero, eu vejo, eu visto a minha
roupa e sou quem eu quiser. Respeite, ame. Há tantas religiões voltadas para o
amor, mas... não é preciso citar a hipocrisia, é? Há tanta fome, tantas
guerras, há corruptos, e vêm se preocupar com o tamanho do meu cabelo, ou com
quem me relaciono?! Não precisamos disso. Há tantas coisas pra se falar, que eu
quero soltar. Mas no final das contas está todo mundo lutando pra poder ser
quem realmente é.