domingo, 2 de janeiro de 2011

Coisas que eu não sei


Coisas que não sei como aquelas que começam pelo fim, e terminam aparentemente com um inicio. Minhas revoluções sempre foram contrárias: andando para trás conquistei o progresso. Coisas que não sei, essas coisas que exigem conteúdo, exigem tempo. Dessas coisas que não sei encarrego minha tontura de me fazer voltar no tempo, contar os ponteiros e nos minutos me perder. Os fogos começaram hoje pela manhã, e o relógio começou a correr sentido contrário. Nesse instante apodera-se de mim uma sensação de termino, mas não sei bem do quê. Não deveria ser de começo? Sou cativa dessa marcação denominada relógio, quem espera tem pressa. “Espere”- foi à única coisa que escutei depois da carta, e agora números de marca quatro e seis poderão marcar um ano. Que frutos há? Coisas que não sei. Já se passaram dois dias e eu ainda não consegui escrever nada desde que esse novo ano entrou, porém, constantemente sinto um frio na barriga, uma ansiedade que não sei dizer de onde vem. É véspera de uma decisão definitiva: “Independência ou morte!” - aquela famosa morte de todos os dias. Meu medo que admitam essa independência coordena, agora, meus olhos e mente. Um enjôo, e meu corpo começa a perder o sentido, um pouco de tequila e algumas doses de vinho misturado a uísque e algumas coisas para me manter acordada, vamos disfarçar e silenciar, minha arte: ignorar o ignorante, sofrer em silêncio. Matando-me suavemente com sua canção, dedilhando a vida, cantando com suas palavras, e compondo algo que eu não sei até hoje: coisas que não sei. Navegar no desconhecido, usando remos de solidão. E de que é feito o meu barco? O que me faz flutuar nesse rio de histórias/estórias são minhas ilusões. Algumas moedas de ouro para mim, por favor, sou o barqueiro dessa noite, de amanhã, e todos os dias. Nesse mundo avermelhado, as fênix voam por aqui todos os dias, vejo a marcação daquele fogo no céu, e logo dão espaço às estrelas, é tudo rápido, então fique atento! Procuro-me na letra de cada música escutada, em cada palavra composta, nos seus olhos, até mesmo no tom da sua respiração. Para viver aqui é necessário o silêncio, apenas ouça aquelas palavras que não são minhas, escute a canção cantada, que por sinal, não sou eu quem canta, e espere, mas para essa espera, aqui nesse mundo, é necessário impaciência. Hoje, agora nessa manhã para ser mais exata, estava medindo o meu sentimento e pude perceber que ele cresceu mais alguns centímetros, o que me preocupou. Já estamos acima do nível do mar. Senti febre e calafrio, e aquela massa marrom adocicada não parava de crescer, um efeito contrário a minha magreza desse início de ano, doente, falindo. Dance comigo? E sua resposta faz parte das coisas que eu não sei.

2 comentários:

  1. A cada texto uma surpresa!! A cada texto que leio me sinto mais feliz, por ter mais textos que me mostra que esse amor com uma pitadinha de raiva não acabo *o*

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  2. concordo com você. a cada texto eu fico mais afim de ler outros!!

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