quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

No sense


Já faz alguns dias que esse perfume está impregnado em todas as coisas da casa. É como se não tivesse ido embora, como seu corpo ainda estivesse presente.  Provavelmente esse cheiro tenha me induzido a falta de palavras ou pensamentos. Por algum tempo não consigo descrever o que sinto, talvez não tenha sequer alguma explicação, mas preciso saber o que está dentro de mim. É como se eu carregasse um filho em minha barriga, mas não sei se o que está aqui dentro é humano. Que estranho! Um pressentimento faz com que um frio passe, constantemente, em minha barriga. Bom ou ruim? Eu não sei! Alguma coisa vai acontecer. Uma atmosfera estranha anda pelo meu quarto, cuja qual, não sei, sequer, a origem. Uma verdadeira economia de descrição e trejeitos. Estive por algum tempo dormindo, só não sei dizer com precisão quantos dias se foram enquanto eu estava naquele mundo. Suas atitudes estão tão contraditórias agora. As suas ou as minhas? Paradoxo! Contradição! Andando por esse caminho que chamo de mente, pude perceber que algumas palavras novas foram deixadas, talvez as pegadas da esperança que, provavelmente, encontra-se arrependida de ter me deixado. Já faz alguns dias que não vivo minha morte diária, mas não sinto aquele amor partindo de mim, ele está aqui. É possível viver e amar ao mesmo tempo? Nem mesmo de tempo, consigo falar, e o mais estranho é que essa semana eu olhei para o relógio! Há meses não chegava nem perto de um. Falava de tempo baseando-me no sol, na transição de dia para a noite, e nada de ponteiros. Perdi-me dentro de mim. O que eu estou sentindo?

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