terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Saudade Bagunçada



Não cheguei aqui com propósito algum senão a tentativa frustrante de expressar o que sinto, porém hoje encontrei um nome: saudade. Tomando como sintomas aquele aperto no peito, às lágrimas disfarçadas de sorrisos, e um espaço vazio ao meu lado. Sorrir sozinho não é a mesma coisa de encontrar o motivo do mesmo olhando nos olhos de alguém, um específico alguém. Minhas palavras são breves, pois os poetas, nesse fim de tarde, não conseguiram causar efeito algum sobre minha alma, ou sob minha ignorante aceitação do que sinto. Uma dolorosa e tardia criatividade me rendendo a Augusto, aquele dos Anjos, que escreve claramente o efeito desse sentimento em mim, como escritora, ou como alguém que utiliza suas palavras para uma reles expressão, lindas e indescritíveis: O Martírio do Artista. Porém, efeito algum sobre mim, efeito algum, somente uma pedra no que quero dizer, talvez um instrumento, mas para que serve, ainda não sei. Um efeito no que eu sinto, como se independesse do meu corpo ou pensamento, longe do que sou. E os questionamentos sobre coisas que não sei, começam. Camões me salve com um de seus sábios versos, nem que seja para me salvar do que não vejo, ou obter uma ferida que dói sem sentir, essa anestesia é tudo que preciso agora, aqui, junto de mim. “Vaz” Luís embora e deixe-me com meus medos, pois ao contrário desse poeta, acredito que podem tirar de mim até mesmo o que não tenho, mas o que quero arrancar de verdade me é deixado: Ah! Essa saudade nunca vai!

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