segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Inconsequente






Enquanto indivíduo responsável por minha própria ciência inexata, baseada em uma capacidade computacional, deleito-me em lembranças nascidas de um banco de memória, onde descubro estar repleta de emoções gravadas em mim inconscientemente; emoções essas que me permite navegar nas décadas nem mesmo vistas por mim, desprovida de minha luz. Num súbito a Drummond desejo que tais eventos “não caibam no infinito”, visto que estou seriamente condenada à necessidade dessa imensidão do conhecimento desconhecido, assim como um navio precisa de seus mares.   Desatando-me de medos que outrora me prendia através de métodos de “re-arquivar” novas descobertas e separar sentimentos de dores ligadas a elas, liberto-me de uma exaustão oculta em necessidades inconstantes cravadas em mim, tal ser variável que sou. Dou-me ao privilégio de viver e ver várias faces de mim em distintas situações, mas que em nenhuma delas fugia do que me orgulho ser. Desprovida de qualquer ponteiro de tempo determino vida em minhas veias, agora impenetrável ao desanimo e dissabores da minha estrada: obrigada por criar em mim pensamentos libertos de frágil racionalidade, sucumbindo os mesmos de um ser absoluto, que me lembra o que é realmente sentir, livre de emoções ilusórias: dou-me a loucura. Vivo a queda da insanidade, onde somente os loucos sabem cair em um espaço sem fundo, porém largo, permitindo-me maior leveza e transição entre o palpável e o abstrato, real e fantasia, exatamente onde posso escolher como viver cada cena controlada por mim e por você, decido: quero fazer dessa história, a mais insana em pensamentos de amor.

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