Meu universo

Era um dia qualquer em meu mundo, como todos os outros, a mistura de sentimentos e emoções encontravam-se em seus níveis normais. Os dias estavam mais curtos, estavam mais frescos, era outono. As folhas e frutas, já estavam bem maduras e começaram a cair no chão. Os jardins ficaram cobertos de folhas, de todos os tamanhos e cores. Observando de longe o que costumo chamar de cenas, percebo uma figura desconhecida por mim, figura essa que levaria meu universo a baixo. Questionando ao grande regedor de minha musicalidade o que seria tal figura, simplesmente responde-me com um abandono, e não me ensina sequer uma porta de saida daquele universo que me enfeitiçava cada vez mais. Subitamente meus fantasmas começam a me cercar e me levam para baixo, como se eu caisse em uma queda sem fim. Não existia palavra que expressasse em seu real significado o sentimento de dor que invadiu-me naquele momento. Comecei a cair, cair, em um espaço largo, escuro e frio, cai desnuda, e somente minhas músicas me acompanhavam, porém traiam-me caindo sobre mim como lâminas cortantes ao coração. Então uma trilha sonora que eu não sabia de onde vinha, começou densamente a tocar, uma sinfonia confusa e com raiva, violinos misturados ao som de órgão, não sabia definir qual era o tipo, mas podia claramente definir o ritmo: o ritmo era rápido. Após essa queda encontrava-me em um mundo que agora tinha um céu cor de cinza, cor da dor. Usei da minha arte transformando-a em refugio, assim eu vivia, até a minha luz chegar, luz da laranja que com seus raios me resgata dia após dia.