quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Café

Me perguntaram porque passo a maior parte do tempo triste. Eu fiquei em silêncio, mas dentro de mim, ah, sempre dentro de mim, aquele grito: você não está aqui. E hoje quando acordei, a casa estava vazia como nunca, não tinha nada além daqueles móveis antigos, um pouco de poeira no chão, e o mesmo coração bombeando essa mancha. Meu cérebro anda bombeando café, é tudo que circula dentro dele. Não consigo dormir, não consigo parar de pensar: ora cheia, ora vazia, e tudo que escuto é o sopro do vento. Me sentei, e do lado a mesma xícara de café, tão cheia, que por pouco não derrama, e tem sido assim todos os dias. Bebo, e logo sinto essa quentura, e é tudo que me aquece enquanto está longe. Eu não quero ser só mais um ser ambulante, errante, batendo de porta em porta, eu sei exatamente onde pertenço e em qual entrar. Você me achou, me tomou, e eu não resisto. Eu deixo sim você me amar, e que seja todos os dias, começando logo pela amanhã. Comece com sussurros no meu ouvido, pois tudo que quero ouvir é o seu "eu te amo", pode me abraçar e me aquecer, me fazendo sentir a pessoa mais sortuda, não precisaria de mais nada, e eu estaria segura, a salvo em seus braços. Eu estaria na cozinha, e você me abraçaria por trás, encaixaria sua cabeça nos meus ombros, e logo estaríamos nos beijando, ah, o seu beijo, vamos deixar tudo queimar em nossas vontades, eu só quero viver com você. Quero morrer, morrer, e assim respirar, e suspirar de amor por você. Eu vou te amar do café na cama, as conversas inacabadas, porque você vai cair no sono primeiro, eu vou te amar hoje, e até quando você existir.

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